Bulimia, auto-imagem e padrões de beleza: a relação das letras de MARINA e a natureza humana – Yolo
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Bulimia, auto-imagem e padrões de beleza: a relação das letras de MARINA e a natureza humana

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Desde o início da carreira, a cantora sempre se preocupou em criticar a sociedade em suas músicas; veja a evolução das composições 

No último dia 11 de junho, a cantora MARINA, ex- Marina and The Diamonds, lançou o seu tão aguardado quinto álbum de estúdio. Ancient Dreams in a Modern Land vem após o controverso álbum Love+Fear, que trouxe críticas à cantora em razão da produção e das letras. Porém, o conteúdo lírico nunca esteve tão político. 

Desde o início da carreira, a cantora sempre se preocupou em criticar a sociedade em suas músicas. Em canções não-lançadas, conhecidas como unreleaseds, Marina fala sobre bulimia, auto-imagem, padrões de beleza, suicidio, entre outros assuntos. A faixa “Supermodel ‘s leg” (pernas de supermodelo) fala, principalmente, sobre a cobrança para uma mulher ‘ser magra’ e como ela nunca se encaixou neste padrão. 

Já em Troubled Mind, a cantora discute, principalmente, a saúde mental. 

Estreia 

No seu disco de estreia, The Family Jewels, Marina aborda com mais profundidade temas como ansiedade, depressão e machismo. Apesar de um tom irônico, debochado e irritado, a compositora cita situações que viveu para falar sobre esses assuntos. 

A faixa-título, que foi vazada nas redes sociais, ironiza a “família tradicional”. E canções como “Guilty” e “Numb” abordam temas como depressão e ansiedade. Músicas como “Girls” e “Seventeen” fazem uma sátira da posição da mulher na sociedade. 

Segundo álbum 

Já no Electra Heart, segundo álbum de estúdio, os temas foram levados a um “som pop” e com várias referências a Old Hollywood. Mais uma vez, pressão estética, machismo, relacionamentos tóxicos, distúrbios alimentares e suicídio compuseram as letras de Marina.

O Yolo fez uma análise completa da era e você pode conferir neste link

Froot

Como uma fruta amadurecendo, Marina trabalhou a saúde mental e pautas sociais, como machismo, de uma maneira diferente no álbum Froot. O terceiro disco da cantora tem como a primeira canção, ‘Happy’, uma música sobre parar de procurar a felicidade e sentir completa onde está.

Assim como o The Family Jewels, a letra de Forget é como um diário. A forma que Marina compôs a música mostra sentimentos profundos que são reveladores e fáceis de se conectar. 

Savages é a música do Froot com mais relações com a “natureza humana”. A faixa é uma crítica ao comportamento agressivo humano que se considera “superior” a um animal selvagem, sendo que no fundo, os humanos são tão selvagens quanto eles.

Nós nascemos para abusar, 

disparar uma arma e correr

Ou há algo incompleto dentro de nós?

É uma característica humana ou é

 um comportamento aprendido

Você está matando para si ou para o seu salvador?.”

De uma forma mais discreta, a ponte de “Better Than That” e a segunda estrofe de “Weeds” questionam padrões de comportamento humanos. 

“E Deus sabe que o sexo é

Uma maneira de se sentir um pouco, um pouco menos solitário.”

Bem, acho que é isso que os humanos fazem

Se ligam em outras pessoas até não dar mais certo

E quando acaba, eles saem para tentar curar sua dor

Ligando-se com outro amante, fazendo tudo de novo.”

A música Immortal fala de deixar sua marca no mundo de uma forma poética e abrangente. 

Love + Fear 

Após um hiatus de 3 anos, Marina voltou com o álbum duplo “Love + Fear”. Segundo a cantora, todos os sentimentos são derivados do amor ou do ódio. Assim, as canções do álbum remetem a este dois sentimentos e são divididos em dois lados – lado A (LOVE) e lado B (FEAR).

Apesar da premissa potente, as letras foram consideradas “rasas” pela crítica, que elogiava as composições de Marina nos álbuns anteriores. Além disso, relações sociais e saúde mental foram tratadas com mais superficialidade. 

As músicas “To Be Human” e “Handmade Heaven” falam, de forma mais direta, sobre as relações humanas. Já canções como “Soft To Be Strong”, “No More Suckers”, “Karma” e “Life is Strange” soam como estudos do comportamento humano.

Após duras críticas ao Love + Fear, Marina voltou, em 2020, com a música Man’s World, que também aborda questões sociais. A letra critica o machismo estrutural e a cantora diz que não quer viver em um mundo em que homens cis-heteros brancos dominem. 

Os lançamentos em sequência, “Ancient Dreams in a Modern Land” e “Purge The Poison” bebem da mesma fonte de inspiração e falam, até mesmo, sobre o capitalismo. 

“Preciso limpar o veneno / Mostrar a nós nossa humanidade / Tudo de ruim e bom / Racismo e misoginia / Nada está escondido escondido

Capitalismo nos tornou pobres

Deus perdoe os EUA por cada uma das guerras.”

Ancient Dreams in a Modern Land 

Em junho de 2021, a Marina lançou o álbum “Ancient Dreams in a Modern Land”. O projeto pode ser dividido em duas partes: a primeira parte em que ela critica a sociedade e a segunda em que fala sobre suas vivências. 

Apesar da batida alegre e oitentista, “New America” faz uma análise das sociedade norte-americana e cita o capitalismo e o agronegócio como fatores que destroem a sociedade.

Fodeu com a cadeia alimentar

Fodeu com a agricultura também

E agora a nossa comida não tem o gosto

Que ela deveria ter.”

As canções Goodbye, Pandora’s box e Flowers falam sobre o relacionamento amoroso frustrado. Ao que indica, Marina escreveu as faixas sobre seu ex-namorado, Jack Patterson da banda Clean Bandit.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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