Depois de um hiato de quase nove meses, o grupo de kpop ITZY está de volta com o mini-álbum ‘Kill My Doubt!’. Poderia ser uma notícia feliz. Mas, com o hate que o grupo recebeu nas últimas músicas, o comeback foi recebido com dúvidas antes do lançamento.
O Itzy debutou em 2019 com um conceito refrescante, consistindo em músicas leves e que transitam entre o estereótipo de garota descolada e a imagem girl power. Com ‘DALLA DALLA’, as meninas apresentavam performance e dança (pontos fortes da empresa delas, a JYPE) enquanto pregavam a ideia de “tá tudo bem ser diferente porque eu sou a melhor sendo eu mesma”. Elas foram amadas pela Coreia do Sul e também pelo público internacional.
Porém, depois de alguns comebacks super bem recebidos, o público “cansou” delas. A quarta geração, que é dominada por girlgroups, foi se expandindo e apresentando novos nomes. Com debuts como IVE, LESSERAFIM, NEWJEANS, entre tantos outros, o ITZY foi ficando para trás.
Apesar de ter em sua apresentação principal e no nome a intenção de “ter tudo em nós” (ALL IN US, WE ARE ITZY), os fãs – e os haters – não gostaram de alguns lançamentos que se desvirtuaram do conceito principal do grupo. “MAFIA IN THE MORNING” surpreendeu, “Sneakers”, “Boys Like You” e “Cheshire” desagradaram.
Esse hate da mudança de conceito também é atrelada às críticas aos vocais do grupo, à dança e presença de palco de Lia e ao comportamento “pick me” da maknae Yuna. Parece que mundo do kpop achou mais motivos do que precisava para abandonar o ITZY.
As perguntas são: por que alguns fãs de kpop sentem-se tão confortáveis em tratar os idols como entretenimento descartável? Será que o problema é talento ou espaço na indústria?
Junto com o “KILL MY DOUBT”, a empresa responsável pela administração do ITZY, JYP Entertainment, divulgou um documentário sobre a produção do álbum. Logo no primeiro episódio, Lia e Yeji, principais vocais do grupo, aparecem chorando ao serem dirigidas pelo chefe (JY Park) na gravação de BET ON ME.
A música é emocionante e trata bastante da queda de confiança do grupo depois das ondas constantes de hate. Assim como “CHESHIRE”, a música tem um refrão forte e difícil de ser cantado, com várias notas altas reproduzidas com a voz cheia, sem falsetto.
Durante o trecho do documentário, Lia sofre com algumas direções de JYP que falam sobre o tom de voz e sobre a emoção a ser transmitida. Já com Yeji, o problema é de saúde, ela ficou gripada por um tempo e atrasou a gravação, ela chega a pedir desculpas por estar doente.
Obviamente, tudo é pensado e o trecho foi proposital para colocar em JYP um vilão, já que ele tem uma reputação de ser duro e sincero em seus comentários. No episódio seguinte é esclarecido que o tom da música foi reconsiderado para se tornar mais confortável para as vocalistas.
A questão é que as divulgações do álbum estão confusas e refletem a falta de cuidado com as artistas. É importante lembrar que essa é a mesma empresa que incentiva dietas restritas, proíbe que seus idols tenham celulares por um certo tempo depois do debut e não fez praticamente nada para proteger Nayeon (TWICE) do stalker conhecido amplamente pela mídia e pelos fãs.
O ITZY, assim como outros grupos da JYPE, não tem voz sobre os conceitos de seus lançamentos, no máximo fazem alguns pedidos ou observações. Porém, os comentários maldosos sempre são direcionados aos idols, raramente à empresa.
O single pre-release do ITZY, BET ON ME, não foi colocado nas plataformas digitais, enquanto o mesmo conteúdo, porém do álbum do NMIXX (também da JYPE), foi colocado no mesmo dia no Youtube e no Spotify. Sempre fica aquela dúvida: será que a empresa cansou do ITZY?
A JYPE nunca foi de dar disband nos grupos. O comum é que esqueça deles e direciona atenção a quem dá mais dinheiro. Isso parece ser o que está acontecendo agora com o ITZY.
A questão é que, não só para as empresas, mas também para os fãs, os idols parecem descartáveis. O debut de um grupo super esperado pode facilmente levar grupos mais “antigos” para o buraco, um fenômeno que também parece estar acontecendo com o ITZY.
O hate massivo em cima do grupo não é exclusividade delas, mas sim algo que ocorre com muitos idols. Um exemplo marcante é a visual e center do IVE, Wonyoung. Quando estava no IZ*ONE, a maknae era amada, mas depois de pouco tempo do debut do IVE, ela começou a ser acusada de arrogância, preferencialidade e comportamento específico para chamar atenção. Algumas dessas acusações são baseadas em um olhar da idol.
O exemplo é importante para demonstrar que, seja com Yuna ou Wonyoung ou qualquer outro idol, a indústria, os fãs e as empresas parecem ter um tempo limite com os artistas. Algo do tipo “vamos te amar pra sempre, mas só se você seguir todas as nossas condições, nunca errar, nunca envelhecer, nunca reclamar, nunca engordar etc”.
Algumas pessoas alegam que isso faz parte desta indústria e que os idols sabem disso antes de adentrar nela. Mas será que não é possível melhorar essa realidade? Considerar os idols como seres humanos parece utópico e é exatamente isto que precisa mudar. “Dropar” um artista não é um problema, mas abandonar sua humanidade no caminho com certeza é.
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